Ricardo Patah encerrou a série de lives da Agência Sindical semana passada, sexta (24). Presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, ele conversou por meia hora com o jornalista João Franzin.
O objetivo da live foi tratar da ação sindical em tempos de pandemia e da Medida Provisória 936, que dá amplos poderes ao patronato pra alterar contratos de trabalho, reduzir salários e mexer na jornada. Outro tema foi a celebração do Dia do Trabalhador, 1º de Maio.
Para o sindicalista, o evento deve valorizar a democracia. “Até porque é na democracia que o sindicalismo atua sem imposições e pode conquistar mais para as nossas bases”, argumenta.
Acordos – Na base comerciária, Patah informa que as negociações seguem a MP 936. No entanto, observa: “Temos buscado evitar demissões. As saídas, por enquanto, são férias coletivas e banco de horas, pra que o trabalhador compense quando retomar as atividades”. Ele alerta, porém, que o fôlego financeiro das pequenas empresas é curto.
Um dos setores onde têm havido acordos amplos é o de supermercados. “Negociamos medidas de proteção, como a placa de acrílico entre o funcionário do caixa e o cliente e também o controle no número de pessoas por estabelecimento”, conta Patah.
Abono – Segundo o dirigente comerciário e ugetista, o abono emergencial de R$ 600,00 ajuda o trabalhador e aquece a economia. Mas ele critica: “O governo demora pra liberar os recursos e a segunda parcela está atrasada”. Ricardo Patah relembra que Bolsonaro, no início, só queria pagar R$ 200,00. “Foi a pressão sindical junto ao Congresso que conseguiu elevar pra R$ 600,00, que ainda é pouco”.
Unidade – O presidente da UGT ressalta a unidade das Centrais Sindicais na melhora do abono emergencial e que, dia 20, conseguiu evitar a votação da MP 905 – Carteira Verde e Amarela. Ele argumenta: “A Medida embute uma nova reforma trabalhista, empurrando todos pra tal Carteira, que, na prática, significa empregos de baixos salários e sem direitos”.
Pós – O cuidado, agora, é se isolar ao máximo e evitar contágio pela Covid-19. Mas, afirma Ricardo Patah, temos que pensar no dia seguinte. Para tanto, ele prega “a firme unidade do sindicalismo, a retomada das atividades econômicas, a reconversão da indústria para produzir equipamentos médicos e hospitalares, com apoio de recursos públicos para o setor produtivo”.
O presidente da UGT também chama atenção para o SUS. Ele diz: “A pandemia ensina que precisamos de um sistema de saúde nacional, com recursos humanos e materiais”.
Fonte: Agência Sindical