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Quase mil pessoas são resgatadas de trabalho escravo no Brasil em 2020



No ano passado, 942 pessoas foram resgatadas de condição semelhante à de
escravidão no Brasil. Os dados, atualizados nessa terça-feira 11, são do
Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas,
desenvolvido pelo Ministério Público e pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT). Minas Gerais foi o estado com maior número de resgates em 2020,
com 351 casos, seguido do Distrito Federal, Pará, Goiás e a Bahia.


O diretor do Escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, alerta que a pandemia
da Covid-19 tende a agravar esse cenário para imigrantes, negros e excluídos,
com aumento do risco de formas inaceitáveis de trabalho.


Atividades industriais – Das vítimas resgatadas de trabalho escravo em 2020,
17% estavam em atividades de produção florestal, 15% no cultivo do café e 10%
na criação de bovino. Entre as atividades urbanas, destaque para o comércio
varejista, com 10% dos casos, seguido da montagem industrial e estruturas metálicas
e do setor de construção e imobiliário.


Cenário atual – O trabalho em condições semelhantes a escravidão é crime e
uma grave violação dos direitos humanos. Segundo o Ministério Público do
Trabalho, milhares de pessoas ainda são exploradas no Brasil por meio do
trabalho forçado, da servidão por dívida, de condição degradantes de trabalho e
jornadas exaustivas.


O observatório da Erradicação ao trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas
reúne dados de ações de órgão públicos entre 1995 e 2020. Neste período, 55.712
pessoas foram encontradas em condições semelhantes à de escravidão, sendo 80%
das vítimas trabalhadores no setor agropecuário.


Triste realidade – Conforme dados da OIT a estimativa é que em todo mundo,
essa situação alcance mais de 25 milhões de pessoas, incluindo mulheres e
crianças. A prática gera cerca de 150 bilhões de dólares anuais em lucros ilegais.
No Brasil, casos de trabalho semelhante à escravidão podem ser denunciados pelo
disque 100, pelo site do MPT ou pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.

 

Fonte: Carta Capital – www.cartacapital.com.br