A produção industrial nacional avançou 7,0% em maio de 2020 frente a abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira vez que o indicador sobe após dois meses de queda por causa da pandemia do novo coronavírus.
O crescimento foi insuficiente para reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril. Com isso, o setor atinge o segundo patamar mais baixo desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal, sendo que o menor nível foi registrado em abril deste ano.
Segundo o gerente de pesquisa do IBGE, André Macedo, maio já demonstra algum tipo de volta à produção, mas a expansão de 7%, apesar de ter sido a mais elevada desde junho de 2018 (12,9%), se deve principalmente a uma base de comparação muito baixa. “Mesmo com o desempenho positivo, o total da indústria ainda se encontra 34,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011”, diz.
Em comparação com maio de 2019, a produção teve queda de 21,9%, sendo o sétimo resultado negativo subsequente e a segunda queda mais elevada desde o início da série histórica.
Na soma dos últimos 12 meses, a queda foi de 5,4%, a mais elevada desde dezembro de 2016 (-6,4%). No ano de 2020, a indústria já acumula recuo de 11,2% até maio. “Cabe ressaltar que, até fevereiro, já havia retração, mas era de apenas 0,6%”, diz Macedo.
Retorno parcial
Entre os segmentos de atividades, o crescimento frente ao mês anterior foi generalizado, alcançando todas as grandes categorias econômicas e a maior parte (20) dos 26 ramos pesquisados.
“As atividades foram impulsionadas, em grande medida, pelo retorno à produção (mesmo que parcialmente) de unidades produtivas, após as interrupções da produção ocorridas em várias unidades produtivas, por efeito da pandemia”, diz o gerente de pesquisa do IBGE.
A influência positiva mais relevante foi assinalada por veículos automotores, reboques e carrocerias (244,4%). O avanço interrompeu dois meses seguidos de queda na produção e marcou a expansão mais acentuada desde o início da série histórica, mas ainda assim se encontra 72,8% abaixo do patamar de fevereiro último.
Na comparação entre maio de 2019 e maio de 2020, essa atividade exerceu a maior influência negativa (-74,5%) na formação da média da indústria.
Outros destaques positivos na comparação com o mês anterior foram os segmentos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (16,2%), que voltou a crescer após acumular perda de 20,0% em três meses consecutivos de taxas negativas, e bebidas (65,6%), que eliminou parte da redução de 49,6% acumulada nos meses de março e abril de 2020.
Fonte: https://www.seudinheiro.com/