Cerca de 20 petroleiros se acorrentaram em frente a Fafen-PR para impedir a paralisação da fábrica e a consequente demissão de cerca de mil trabalhadores. O objetivo foi impedir a entrada de pessoas que participariam do processo de drenagem dos produtos da fábrica, etapa necessária para a paralisação definitiva das atividades. De acordo com a Sindiquímica, esse protesto não tem previsão para acabar.
Ainda de acordo com o sindicato, na sexta-feira, 24 de janeiro, os trabalhadores vão se reunir em uma grande assembleia, marcada para as 7h da manhã, no portão da unidade. Entre os assuntos estão a greve por tempo indeterminado, que será deflagrada no dia 1º de fevereiro em todo o sistema Petrobras, e questões trabalhistas devido às demissões.
O fechamento da planta, segundo os sindicatos, não trará prejuízos apenas para os trabalhadores que perderão seus empregos, mas vai provocar um grande impacto na economia local. “Estima-se que pelo setores de comércio e serviços dos municípios de Araucária e da região sejam afetados.
Enquanto a empresa justifica o fechamento, alegando que a unidade vem dando prejuízo, os sindicatos contestam e afirmam que a gestão da empresa encareceu a própria matéria-prima para produzir os fertilizantes. “A fábrica utiliza como matéria prima o RASF, um refugo da Repar, ao qual acrescenta valor, transformando em ureia, um fertilizante do qual o Brasil é extremamente dependente.
Os sindicatos argumentam ainda que a Fafen-PR tem capacidade de produção diária de 1.975 toneladas de ureia, 1.303 toneladas de amônia, entre outros produtos. Com o fechamento da fábrica, o Brasil terá que importar 100% dos fertilizantes nitrogenados que consome. O país também se tornará dependente da importação de ARLA 32, um reagente químico usado para reduzir a poluição ambiental produzida por veículos automotores pesados.