Evandro Medeiros enfrenta a acusação de liderar um protesto realizados às margens da Estrada de Ferro Carajás (EFC), em 20 de novembro de 2015, em solidariedade às vítimas do crime da Vale em Mariana ](MG)
Em Marabá, no dia 22 próximo, terá lugar a audiência de julgamento do processo criminal que a mineradora Vale moveu contra o professor Evandro Medeiros. A audiência será no Fórum de Justiça de Marabá. Mais de dez entidades se uniram e programaram um ato público em apoio e solidariedade ao professor a partir das 9h30, em frente ao Fórum.
Evandro enfrenta a acusação de liderar um protesto realizados às margens da Estrada de Ferro Carajás (EFC), em 20 de novembro de 2015, em solidariedade às vítimas do crime da Vale em Mariana (MG), que ocorrera 15 dias antes. Um verdadeiro ataque da Vale contra o direito de expor e denunciar crimes ambientais.
Evandro é integrante de um grupo que congrega mais de 170 pessoas dos estados do Maranhão e Pará, atingidos pela EFC. Ele não é o único denunciado pela Vale, e na lista estão indígenas, líderes sindicais, líderes comunitários, moradores de áreas atravessadas pela ferrovia, além de professores.
Contra Evandro, a mineradora moveu dois processos: um na esfera cível e outro na criminal. No cível o professor foi absolvido em segunda instância por absoluta falta de provas. Mas o da esfera criminal acontece neste dia 22 e a mineradora pede a prisão do professor.
Evandro é professor da faculdade de Educação no Campo da Unifesspa. Ele não entende como o Ministério Público do Pará (MPPA) aceitou a denúncia, e confessa que isso o deixa envergonhado do sistema de justiça do país. “O Ministério Público aceitou as denúncias da Vale legitimando as práticas de criminalização que é exercitada pela mineradora contras aquelas pessoas que são críticas às atividades de mineração. Aquelas pessoas que se colocam como denunciantes dos crimes da empresa”, afirma.
O Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul do Pará (SindUnifesspa) entende que esse cenário mostra que a Vale usa a criminalização para desarticular pessoas e movimentos que ousam protestar contra a mineradora. E usam de mecanismos jurídicos para intimidar.
Com informações do Correio – O Portal de Carajás.